Hoje vou partir da provocação da minha amiga Patrícia Zisman, que comentou "quanto mais caro o relógio, mais difícil ler as horas". Retruquei logo que relógios de uso pessoal são, na maioria das vezes, itens de luxo, símbolos sociais. O fato de ainda mostrarem as horas é quase irrelevante. Mostrar as horas com usabilidade é bastante trivial, então todo incremento de preço está em outra coisa, que é fazê-lo impressionante e socialmente relevante. Essa conversa me lembrou do relógio mais interessante que eu já vi, o Harry Winston Opus V de 2005 criado por Felix Baumgartner da Urwerk. Ele se chama Opus V porque faz parte da sequência de peças especiais Opus da empresa Harry Winston, que se associa a algum designer notável do meio (neste caso, Baumgartner) para criar peças de pequena tiragem, alto preço e grande impacto. A sequência se iniciou em 2001, sendo o Opus V a peça do ano de 2005.
O que me fascinou nesse relógio de pulso é o sistema indicador de horas e minutos. Em vez de dar uma longa explicação, inseri aqui ao lado um video em que o movimento é demonstrado.
Na data de publicação deste artigo o site da Urwerk, empresa original de Baumgartner, o produto em destaque era o UR-1001, que utiliza mecanismo do mesmo tipo que o Opus V. Os modelos da série 200 também utilizam esse mecanismo, evidenciando o grande sucesso e o impacto que ele causa, argumento que usei com Patrícia, que logo concordou e contribuiu também com uma bela lista de relógios interessantes, uns mais outros menos.
Desses dois me chamaram atenção em particular: O M60M criado por Roger Kellenberger para a Yanko Design, campeão de interface transparente, e o "Alien visitation", campeão de minimalismo útil.